sábado, 22 de maio de 2010

Amiga!

Eu queria ser chama
Arder contigo
Percorrer ruas
Levar-te a ver o mundo
Saborear o som do vento, uma leve brisa a bater
Ou...
Ir contra toda a sua intensa força
E sentir assim...
O gozar do desafio
Aceitar o bater
E revitalizar a cada novo passo.

Limitações e vontades...
Ser um bom amigo?
Não sei se sou!
Não sou.
Só sei que o serei...
Se souber habitar em ti,
Se souber escutar-te,
Brincar contigo,
Amparar-te
Provocar as tuas forças
Porque tens uma força incrível
Mas ninguém se alimenta sozinho.

Aqui ou aí...
Estar contigo sempre
Porque tu mereces
Porque eu quero e posso ser capaz!

Fazes-me bem miguita
Percebo-te uma coragem, que ultrapassa o Ser Humano comum
Que o surpreende e cativa
E eu...
Também não resisti, e escolhi-te
Pois é, vizinha! :)
Tenho o prazer de te ter ao lado
Tu...
Que me fazes rir
Que me ensinas a parar
Que me fazes ficar à escuta, a observar a tua força
A aprender contigo
Atenta a quando te dar a mão
Para que não tenhas que ser tu a pedi-la!

Tu...
Ouves-me
Chamas-me
E sabes que podes.
E eu poderia dar-te outra hipótese?
Tu...
Que me abres a porta
Deixa-la escancarada
Como se me segredasses
" Atreve-te!"

Também gosto muito de ti amiga:DDDD





1 comentário:

  1. Linda Graciete,
    O dogma dificilmente se fundamenta, porque assenta na obstinada recusa de quem lhe é fiel; a ver as coisas por um outro prisma… uma outra perspectiva. Acomodados no “conforto” que nele encontraram, recusam fazer as mais óbvias perguntas, com medo que as respostas abalem as estruturas do frágil edifício que é a sua fé, posta sem subterfúgios, perante os argumentos da lógica e da razão. É essa a substancial diferença entre quem tem fé e quem não a tem. Os racionalistas, tentam à partida não rejeitar nenhuma resposta. Os crentes rejeitam logo à partida fazer as essenciais perguntas.
    A única verdade é essa tua afirmação de que “todo o dogma vale por si”. E é por essa alta valoração que lhe atribuem, que a muitos é imposto o jugo de o aceitar ou em alternativa; perecer por o recusar. Tantos foram os que tombaram por afrontar a fé. Seja ela assente numa religião, ou num sistema político. Muitos tombarão ainda. Mas é uma luta que tem de se travar; em nome desse bem maior que é a liberdade da consciência que tenta não oprimir outras. Eu estou na parte mais fácil da luta. Felizmente vivo num país tolerante que pertence a uma Europa que é a luz do mundo e, paulatinamente, vai criando o paradigma do paraíso possível, que será realizado aqui, nesta terra onde vivemos e com a vida que temos, sem que se hipoteque a felicidade que está “ao virar da esquina” pela incerteza alicerçada nas alucinações de ancestrais auto-denominados profetas. Como vês, actuando nestas latitudes, pouco riscos corro ao defender o que defendo e, se esse risco for a inconveniência da inquietude provocada na tua fé, tanto melhor; pois gostando de ti e, por consequência, não me sendo indiferente a tua vida, quero que colabores na perpetua descoberta da mais intrínseca natureza das coisas. Podemos nunca vir a atingir os objectivos pretendidos, mas tentaremos e alguma satisfação havemos de tirar na procura.
    Quando digo a alguém: “não tenhas fé”, não é para que a venha a perder; mas para que questione o absoluto da verdade que diz possuir. Como se pode ferir alguém ao lembrar-lhe a sua mais intrínseca liberdade que é o de questionar-se a si próprio?!
    O Saramago era um amargo que perdeu a fé num sistema político caduco e com medo de o descobrirem incoerente, enveredou muitas vezes na pura provocação e apoios políticos duvidosos. Mas algo de maior nele sobrevive a isso tudo, no corpo das palavras que nos deixou. Quem o souber ler, verá o quanto de ternura nele havia, por esta humanidade que em si encerra o que de melhor há, bem como o pior. Paradoxo esse que tanto tem substanciado o percurso que nos trouxe até aqui.
    O primeiro livro que dele li foi “levantado do chão” e depois seguiram-se muitos outros que dele fizeram o meu autor literário preferido. Mas esse primeiro título mantém-se para mim a perfeita metáfora do que o Homem é: um levantado do chão a tentar alçar voo para o Olimpo ao brincar de ser um deus.

    Beijos Graciete. Que te estejam a correr bem os exames.

    Lindo esse poema! Tem a singela beleza das palavras simples que tentam não profanar os mais nobres sentimentos.
    Gostaria de ter essa virtude da simplicidade na minha escrita, mas não sou eu que mando… a vontade impõe-se-me!


    Luis Leal

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